quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla na Casa Ziraldo de Cultura

Exposição na Casa Ziraldo de Cultura vai até sábado, 27.
Apae realiza programação especial, 
comemorando ainda os seus 42 anos. 
Exposição acontece na Casa Ziraldo de Cultura 

CARATINGA – Em comemoração à Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, além dos 42 anos da Associação de Pais e Alunos dos Excepcionais (Apae) de Caratinga, a Casa Ziraldo de Cultura está com uma nova exposição. Até a sexta-feira (26), de 9h às 12h e 13h às 17h, a população é convidada a conferir um pouco sobre a história da Apae. 
Estão em exposição uma galeria de fotos de presidentes que já passaram pela unidade e trabalhos artesanais feitos pelos quase 400 alunos atendidos. Os artesanatos confeccionados também estão à venda, para angariar fundos à instituição. 
A semana de comemoração teve início com uma passeata, que contou com a participação de alunos, pais, assistidos e profissionais, saindo da sede da Apae, localizada à Rua Raul Soares, 206. 
Ontem aconteceu uma palestra no Centro Universitário de Caratinga, com o tema: “Reconhecendo, acolhendo e incluindo as diferenças”. Os palestrantes foram a psicóloga Daniela Nery Marques, psicóloga e a pedagoga Maria Claret de Faria Cimini. Hoje será realizado um culto em ação de graças pelos anos de trabalho da Apae, em sua sede, às 10h. Às 15h, acontecerá uma missa ação de graças na Igreja Nossa Senhora da Conceição. Já amanhã, será feito o encerramento do projeto “APAExonadamente conectados”, em parceria com a loja Sine Qua Non, com um desfile de moda com a participação de alunos, pais, e funcionários e lançamento da coleção primavera/verão. 
O evento será realizado na Praça Cesário Alvim, a partir das 19h. Na sexta-feira (26), além de ser o último dia da exposição, acontecerão os jogos paralímpicos internos com participação das Apaes de Bom Jesus do Galho e Manhuaçu, no Centro de Autismo, Rua D, 136, Bairro Santo Antônio, com início às 8h. 

TRABALHO DESENVOLVIDO 

Outro trabalho que está em exposição é o “método boquinhas”, que é desenvolvido com os assistidos da Apae. De acordo com Nádia Sales, do Atendimento Especial Especializado, o método é direcionado àqueles que apresentam mais dificuldades, dando três ferramentas ao aluno: letra, som da letra e a “boca” da letra. “Ele consegue se alfabetizar bem mais fácil que nos métodos convencionais. 
É um trabalho que ajuda muito nossos alunos. Ajudamos também crianças de outras escolas, que é feito com a parceria de alguns setores da Apae, como de fonoaudiologia, estimulação da linguagem, até de fisioterapia, porque os profissionais descobrem que a criança tem potencial para ser alfabetizada e já encaminha pra gente também. 
Também temos parceria da psicóloga, porque às vezes muitas crianças não aprendem por terem baixa autoestima, problemas familiares, criando uma barreira. É um trabalho que dá resultado, temos testemunhos de mães de alunos. Queríamos muito que os professores conhecessem esse método, pois dificilmente o aluno não vai ser alfabetizado”. Nádia explica que inicialmente é feita uma avaliação com a criança, para identificar se ela tem alguma capacidade de memorização. Cada criança tem o seu tempo de aprendizagem “Ou seja, se ela guarda as vogais, vai conseguir se alfabetizar. A gente faz um trabalho para ver o potencial, ela tem que ter os pré-requisitos básicos: o cognitivo, que possa sistematizar e acumular, guardar informações; atenção e a vontade. Se ela tiver essas três coisas, consegue se alfabetizar. Depois a gente começa apresentando pra ela o alfabeto, com as vogais, apresentando o som. Leva no espelho para ver a boca da letra. A gente vai para caixa de areia, faz a letra, passa para o caderninho. Montamos as palavrinhas que são as primeiras, geralmente os encontros de vogais até fecharmos o processo de alfabetização do aluno”. 

DOAÇÕES 

A Apae tem enfrentado dificuldades para manter os trabalhos desenvolvidos na entidade. Nádia afirma que é necessário apoio da sociedade. “Temos convênios com prefeituras, mas tem prefeitura que está pagando o mês de abril. Está com atraso. Por exemplo, as verbas do estado do ano passado, a cotação do feijão que estava a R$ 4 hoje é outra realidade. Tudo isso contribuiu para que a gente passasse para essa fase um pouco complicada.” As principais necessidades básicas são arroz, feijão e leite. Mas, qualquer doação de alimento será bem-vinda. “Na semana passada até fizemos um intercâmbio com as escolas que foi muito bom, nos ajudaram. Porém sabemos que a cantina encheu por um tempo, a gente sabe que acaba rápido. 
São centenas de alunos se alimentando diariamente, com café da manhã e almoço. É um trabalho que precisa de colaboração. Estamos de coração aberto, à disposição de quem queira conhecer um pouco mais sobre o que desenvolvemos”. 











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