segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Campanha "Ser Criança Carente Não é Brincadeira" Recebe Adesão de Parcerias

Campanha de brinquedos da Casa Ziraldo de Cultura além do apoio
da Prefeitura de Caratinga recebe adesão de importantes parcerias:
CDL, Conselho Tutelar, UNEC, Soares Supermercados e DeMolay

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Doação de Brinquedos na Casa Ziraldo de Cultura

Campanha de Brinquedos Para o Dia das Crianças Começa Hoje na Casa Ziraldo de Cultura

Dações podem ser entregues na Casa Ziraldo de Cultura, 
de segunda a sexta, de 9 às 11 e de 13 às 18 horas.

‘Ser criança carente não é brincadeira’. Com este tema, a  Casa Ziraldo de Cultura com apoio da Prefeitura de Caratinga e de entidades parceiras, apoiam a Campanha de Doação de Brinquedos que se inicia nesta quinta-feira, 25. 
De acordo com o idealizador da Campanha, cartunista Edra, as instituições parceiras ( Secretaria de Educação, UNEC, CDL, Supermercado Soares, Ordem DeMolay e Conselho Tutelar) pretendem envolver toda a comunidade caratinguense para que façam doações de brinquedos novos ou usados em bom estado de conservação. “Esperamos arrecadar brinquedos de diferentes gêneros e para isso disponibilizamos as nossas instalações para servir de ponto de coleta das doações. É uma satisfação muito grande participar desta campanha. Este projeto faz parte das ações sociais da Casa Ziraldo que realiza também campanhas de livros, de alimentos e de roupas e agasalhos”. A Campanha de doação de brinquedos segue até o dia 11 de outubro, sábado, quando está prevista a festa ‘Criança Feliz é Criança na Praça’ promovido pela CDL na Praça Cesário Alvim, de 8h às 13h. 
Edra explica ainda que no dia 11 de outubro as doações de brinquedos serão recebidas e que, posteriormente, serão doados às crianças carentes do município. 

Campanha na internet 

O idealizador da campanha está mobilizando a população também por meio das redes sociais. Edra lançou um desafio, no facebook, convidando os seus amigos a colaborarem com a campanha. “A brincadeira é tirar uma foto fazendo a doação de um brinquedo e desafiar os amigos a fazerem o mesmo. Assim, conseguiremos um grande número de pessoas envolvidas com a Campanha. 

Casa Ziraldo de Cultura 

A Casa Ziraldo está aberta à visitação de segunda a sexta-feira, de 9h às 11h e de 13h às 18h. “Estamos esperando as visitas às exposições permanentes na Casa Ziraldo e as pessoas podem aproveitar para fazer as doações”, finaliza Edra.


Fonte: Decom Prefeitura de Caratinga


Edra desafiou amigos do face para doações.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Começa Amanhã a Campanha de Doações de Brinquedos Lançada pela Casa Ziraldo de Cultura

Depois das campanhas de livros, de alimentos e a de roupas e agasalhos,
a Casa Ziraldo de Cultura dá sequência ao seu projeto social apoiado
pela Prefeitura de Caratinga lançando a Campanha de Brinquedos
"Ser Criança Carente Não é Brincadeira" para o Dia das Crianças. 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

1ª Exposição Regional da Agricultura Familiar

Casa Ziraldo de Cultura - Dia 19/09/2014

A 1ª Exposição Regional da Agricultura Familia , promovida pela RELBA (Rede Leste de Bancos de Alimentos) em Caratinga, durante o encontro de Bancos de Alimentos em Caratinga. “Contamos com o apoio dos nove membros titulares da Rede Leste para a realização da mostra”, explicou a diretora de Abastecimento da Secretaria de Agronegócios da Prefeitura de Caratinga, Ilahene Maria Batista, que participou da montagem da mostra. “Em nome da Prefeitura de Caratinga e da Secretaria de Agronegócios agradeço a participação de todos. 
Em especial agradecemos à secretária de Agricultura do município de Entre Folhas, Giovania Santos, que colaborou para que realizássemos um belo trabalho de decoração na Casa Ziraldo de Cultura, preparando esta bonita exposição de alimentos e produtos agrícolas”. Eunice Margarida de Souza Vieira, de 39 anos é presidente da Associação de Produtores Rurais do Córrego do Alto Laje e participou apresentando produtos que cultiva e peças de artesanato que produz. “Trouxemos uma mostra de verduras que roduzimos e que vendemos ao PAA e também trouxemos as bonecas de bucha vegetal e de fibra de bananeira que confecciono para decoração. 
Estou muito satisfeita por ter sido convidada a participar. As peças artesanais estão sendo bastante elogiadas. Este encontro em Caratinga está sendo um grande sucesso”. Vera Lúcia Soares Gusmão de Oliveira, de 63 anos, é moradora do Córrego do Rio Claro, no distrito de Santa Luzia participou da exposição apresentando os doces caseiros que produz. “Quando comecei precisei pegar uma panela emprestada para fazer o doce de banana, mas não deixei as dificuldades me vencer. Continuei firme, participei de cursos e graças a Deus hoje a produção de doces nos dá um bom rendimento todos os meses”. Ilahene agradeceu, também, aos parceiros. “Ao IBIO (Instituto Bio Atlântica) e à EMATER- MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais) e às associações rurais, que são nossos parceiros na Prefeitura e na RELBA, agradecemos pelo empenho na organização deste evento".


Ana Bastos, Ilahene Maria Batista e Giovania Santos






















quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Focando o Eleitor do "Primeiro Voto", Casa Ziraldo Abre Exposição "O ABC do Voto Consciente"

Prefeito Marco Antônio visita a exposição

Alguns membros do MAC - Movimento Amigos de Caratinga

Eugênio Maria Gomes, um dos autores da "Cartilha do Eleitor"

O foco da exposição é o futuro eleitor

Cartunista Edra, idealizou e ilustrou toda a mostra 
e uma paralela com charges com o tema "eleições"


Mostra traz a Cartilha do Eleitor, destinada aos jovens eleitores e fica aberta ao público até o dia 31 de outubro 

Está em exposição da Casa Ziraldo de Cultura a mostra ‘O ABC do Voto Consciente’. A exposição foi aberta na noite de terça-feira (16) e apresenta ao público, por meio de banners, a ‘Cartilha do Eleitor’. A Cartilha é de autoria de Eugênio Maria Gomes e Marilene Godinho e tem ilustrações do cartunista Edra. 
A obra possui 60 páginas e traz a mascote ‘Palmeirinha’ do MAC (Movimento Amigos de Caratinga) que, de forma irreverente, orienta o Eleitor a escolher de forma crítica os seus candidatos. “A ideia de transformar a Cartilha em exposição é para reavivar o seu conteúdo na mente dos eleitores que já a conheceram em 2011. A exposição busca despertar, principalmente nos jovens, o interesse por política”, explica Edra. 
Vitória Santos Faria, de 9 anos, ainda não vota mas fez questão de conferir de perto a exposição. “Gostei muito dos banners porque os desenhos são muito divertidos e criativos. Vou contar para os meus colegas na escola que visitei uma exposição de charges, que foi muito legal e que fui entrevistada por um repórter de jornal. Eu ainda não posso votar, mas vou falar para meu irmão vir aqui antes das eleições porque ele é mais velho e acho que ele já pode votar”, disse. 
Um dos autores da Cartilha, professor Eugênio Maria Gomes, fala sobre o processo de criação da obra. “A Cartilha surgiu a partir de um artigo que publiquei no jornal Diário de Caratinga. Então, os membros do MAC comentaram em reuniões e foi surgindo a ideia de transformar aquelas dicas do artigo em uma cartilha. Convidamos a Marilene Godinho e todos os amigos do MAC colaboraram com dicas e conseguimos lançar a primeira edição de 10 mil exemplares que foram distribuídos gratuitamente nas escolas e na cidade em 2011. A nossa cartilha lançada aqui em Caratinga recebeu a nossa autorização e foi publicada, também, em Volta Redonda, em São José dos Campos e em Friburgo”. 
O cirurgião dentista Nilton Ruste de Carvalho Junior participou da abertura da exposição. “Acompanho o trabalho do Edra há vários anos e procuro colaborar patrocinando suas exposições. Fui procurado para patrocinar um banner e aceitei o convite com muita honra. Hoje vim verificar como ficou a montagem dos trabalhos e gostaria de parabenizar, mais uma vez ao artista. A exposição está muito bem feita, aliás, como todas que o artista Edra realiza para orgulho de Caratinga”. 
Charges sobre as eleições Paralelamente à exposição do ‘ABC do Voto Consciente’, está realizada uma exposição com a seleção de 100 charges sobre as Eleições, publicadas no jornal Diário de Caratinga durante a última década (coletânea), de autoria de Edra. A exposição fica aberta ao público até o dia 31 de outubro. Depois da exibição na Casa Ziraldo de Cultura, a mostra terá caráter itinerante, começando pelo Casarão das Artes dando sequência pelas escolas da cidade e região. 

Casa Ziraldo de Cultura 
Funcionamento: Segunda à sexta-feira, de 9h às 11h e de 13h às 18h. 
Endereço: Avenida Benedito Valadares, Centro. 
Escolas poderão agendar visitas de alunos pelo telefone (33) 3322-1825

"O ABC do Voto Consciente". Exposição é Aberta ao Público na Casa Ziraldo de Cultura

Exposição "O ABC do Voto Consciente" na Casa Ziraldo de Cultura

O evento fica em cartaz até 31 de outubro.

Uma exposição prática e didática para o futuro eleitor

O abecedário foi confeccionado em banners

A exposição foi extraída da "Cartilha do Eleitor"

Os autores são: Eugênio Maria Gomes e Marilene Godinho.

Com ilustrações do cartunista Edra, que idealizou a mostra

No clima das eleições e com foco do eleitor do primeiro voto.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Exposição "O ABC do Voto Consciente"

A exposição fica em cartaz até do dia 31 de outubro,
depois seguirá itinerante nas escolas da cidade

Com a proximidade das Eleições, a Casa Ziraldo de Cultura, com o apoio da Prefeitura de Caratinga, realiza a exposição ‘O ABC do voto consciente’.

A exposição será aberta na noite de terça-feira, 16, às 20h, e apresenta a ‘Cartilha do Eleitor’ de autoria de Eugênio Maria Gomes e Marilene Godinho. 
A cartilha é ilustrada pelo cartunista Edra e será reproduzida na íntegra em forma de banners. 
"Com a proximidade das eleições, o foco são os eleitores que vão votar pela primeira vez e os jovens de 14 anos que, daqui a dois anos, estarão votando para prefeito e vereador, por isso achei pertinente fazer esta exposição abordando este tema”, explica o diretor da Casa Ziraldo de Cultura, Edra. 
"Precisamos dar subsídios aos eleitores para que sejam mais conscientes e saibam da importância do seu voto, da escolha criteriosa de seus candidatos. Só assim, poderemos ter políticos sintonizados com os nossos anseios e capacitados para postularem cargos públicos, que são fundamentais para o crescimento de nosso país. Precisamos formar uma nova geração de eleitores esclarecidos”, completa. Em paralelo será realizada uma exposição paralela com charges e cerca de 100 desenhos com o tema ‘Eleições’ da autoria de Edra. Depois da exibição na Casa Ziraldo de Cultura, a mostra terá caráter itinerante, começando pelo Casarão das Artes dando sequência pelas escolas da cidade e região. 

Casa Ziraldo de Cultura 
Horário de funcionamento: 
Segunda à sexta-feira, de 9h às 11h e de 13h às 18h. 
Endereço: Avenida Benedito Valadares, 15 - Centro. 
Escolas poderão agendar visitas de alunos pelo telefone (33) 3322-1825

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Morre Ziralzi, irmão do Escritor Ziraldo

Ziraldo e o irmão Ziralzi, em Ilha Grande, janeiro deste ano.

Morreu às 9h deste domingo (7), no Rio de Janeiro, Ziralzi Alves Pinto, irmão do escritor e cartunista Ziraldo. Segundo parentes, ele tinha 81 anos e morreu em casa, na Fonte da Saudade, na Lagoa, Zona Sul do Rio, de insuficiência respiratória. 
Ex-assessor da presidência da Casa da Moeda, estava de licença médica e se recuperava de dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs). 
Ziralzi era o segundo de sete irmãos, mais novo apenas que Ziraldo, de 82 anos. Os irmãos nasceram em Caratinga, Minas Gerais. "Ele é o meu amigo mais antigo. Eu tenho 82 anos, ele tem 81. Nasceu um ano depois de mim. É uma perda muito forte porque nós nunca deixamos de estar juntos. É uma relação muito forte. Eu sou irmão mais velho e, em geral, o segundo tem problemas com o primogênito. Ele passou a vida inteira orgulhoso de ser meu irmão. Ele fazia uma propaganda por ser meu irmão", contou Ziraldo.
O enterro será às 13h desta segunda-feira (7), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul. Segundo Ziraldo, o irmão estava "muito deprimido" após ser destituído do cargo que ocupava na Casa da Moeda, em Brasília. "Ele voltou para o Rio, ficou muito deprimido, triste, perdeu a vontade de conversar com a gente. Foi muito triste o final da vida dele. Tristeza e desgosto são muito presentes no AVC", disse o cartunista. 
Após deixar a UTI, Ziralzi se recuperava bem em casa, de acordo com o irmão. "Estava tudo dando certo. Ele estava paciente, com uma paciência infinita pela situação dele. Não pudemos fazer nada (...) Botei a mão nele e ele estava quente. Balancei a cabeça dele e ele não falou nada. Estava morto", lamentou o escritor. 
Nas redes sociais, o filho de Ziralzi, André Pinto, escreveu uma mensagem para se despedir do pai. "Meu pai. Pra sempre. Eternamente." 
Em nota, a Casa da Moeda do Brasil diz lamentar profundamente a morte do assessor especial da presidência e "se solidariza com a família". "Ziralzi foi um grande exemplo de dedicação ao trabalho nos anos em que esteve na empresa.”

Fonte: G1

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Ziraldo - Entrevista Revista Isto É

Ziraldo Alves Pinto

Pintor, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor. Ziraldo Alves Pinto – cujo nome é a combinação do apelido da mãe, Zizinha, com o nome do pai, Geraldo – completa 82 anos em outubro, mas nem de longe lembra um cansado octogenário às vésperas da aposentadoria. “Estou com uma disposição de cão”, diz ele, um dos maiores nomes da literatura infantil brasileira, recordista de vendas de um único título, “O Menino Maluquinho”, lançado em 1980 e com mais de três milhões de cópias vendidas. Para as crianças, Ziraldo lança agora um livro sobre garotos de rua intitulado “Um Menino Chamado Raddysson e Mais os Meninos de Portinari”. A obra é ilustrada com fragmentos de quadros de Cândido Portinari (1903-1962) e o mural “Jogos Infantis”, também do pintor brasileiro. Ziraldo explica a escolha do nome de seu personagem, um menino que nasceu na barriga da miséria: “Quando a mãe bota um nome desses no filho, ela quer dizer: não quero que meu filho seja um “Zé” qualquer”. 

ISTOÉ - O sr. autografa muito em escolas. Encontra pequenos leitores? 
ZIRALDO - Visito escolas e não vejo crianças com livro na mão. O que vejo é professora mal paga que luta por salário. Não tem ditado na escola fundamental brasileira, não tem mais caderno de caligrafia. Ninguém substitui o dedo pelo botão. A mão vai durar muitos séculos ainda. A letra é fundamental para poder se conectar com o cérebro. 
ISTOÉ - Os livros não são valorizados? 
ZIRALDO - A família brasileira não dá livro de presente, dá CD. As pessoas têm que entender que quando você dá um livro de presente, dá um elogio junto. A sensação de quem recebe um livro é a de que a pessoa que deu confia nele e o acha inteligente. O livro é gênero de primeira necessidade e devia estar na cesta básica. É um alimento para a alma. 
ISTOÉ - Seus personagens sempre foram lúdicos. Por que resolveu escrever sobre meninos de rua? 
ZIRALDO - Há muito tempo queria fazer uma história sobre eles. Mas, para falar sobre criança, você tem que entender profundamente o sentimento do personagem. Os meninos que descrevi nas minhas histórias ou são meninos que eu fui ou com quem convivi. Sei como se sentem, como sofrem, como reagem ao mundo. Agora, como o menino de rua sofre, como é impactado pela vida, como se julga no meio em que está vivendo, eu não sabia. Recorri às minhas lembranças de quatro décadas atrás, quando morava em Copacabana (zona sul carioca) e observava os meninos de rua. Tive certo cuidado para fazer a história, para evitar uma coisa sentimentaloide, de carregar na infelicidade dele. Mas era um menino que eu queria colocar na minha coleção de meninos. 
ISTO É - E por que resolveu ilustrar com obras de Portinari, já que é ilustrador também? 
ZIRALDO - Porque uma das dificuldades que eu tinha era como ilustrar os meninos de rua. Afinal, fazer uma caricatura não ficaria bem. Mas, outro dia, fui ao prédio do Palácio Capanema, no Centro do Rio, e lá tem um mural do Cândido Portinari (1903-1962) que se chama “Jogos Infantis”. O menino é muito presente na obra de Portinari. E nos “Jogos Infantis” está lá o garoto de rua pulando o muro, correndo da polícia. Tudo na visão de Portinari. Aí, acabei achando um caminho para contar a história de um grupo de meninos, em que o personagem principal se chama Raddysson. ISTOÉ - Um menino de rua brasileiro com esse nome? 
ZIRALDO - É interessante. Você não encontra nas favelas ou nas periferias nenhuma criança chamada Pedro, Manoel, Antonio, Miguel. Nenhuma menina chamada Rita, Maria. É tudo Wadisson, Kellen, Raddysson, Riverson. Os nomes mais incríveis! E descobri que esses nomes são sinônimos da palavra esperança. Quando a mãe bota um nome desses no filho, ela quer dizer: não quero que meu filho seja um “Zé” qualquer. Os pais não sonham que o filho arrume um emprego. Eles têm um grande sonho: que a filha seja, por exemplo, uma musa do cinema. Daí a batizam de “Maynara Keller”. 
ISTOÉ - Alguma história real o inspirou? 
ZIRALDO - No livro, tem uma menina chamada Rosykeller. Ela se salva porque sabe e gosta de ler. A história da Rosykeller foi pinçada da realidade. É uma menina que está se formando em medicina, em Cuba. Uma ex-menina de rua. Aí inventei a história dessa menina, o que a levou a gostar de ler, quem a ajudou. E essas são as únicas esperanças verdadeiras para essas crianças. Elas só se salvam se forem boas de bola, como o Raddysson, se aparecer alguém que as ajude ou se souberem ler. 
ISTOÉ - O que acha do movimento pela redução da maioridade penal de 18 anos para 16? 
ZIRALDO - A sociedade não consegue proteger a criança. Não está organizada para lidar com o menor, e a saída mais fácil é reduzir a maioridade penal. Por outro lado, a informação que circula na sociedade é a de que o menino de 16 anos pode praticar crime porque é menor. Eles sabem que estão protegidos pela legislação. É um recurso que eles têm. A vida ofereceu para eles isso. É uma situação complexa. Na Inglaterra, quando se comprova que o menino tem discernimento do que é certo e errado, ele é tratado como adulto. 
ISTOÉ - Como chegar bem aos 80 anos? 
ZIRALDO - O segredo é trabalhar. Quando a vida oferece a oportunidade de viver fazendo o que gosta, é muito bom. O meu lazer é ficar aqui desenhando. Tenho tubo de tintas com 40 anos, meus pincéis têm mais de 50. Minha prancheta também tem mais de meio século. Não saio daqui (do estúdio na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio). Fico desenhando e guardando. Tenho uma pilha de desenhos. Mas a passagem do tempo também faz testemunhar a morte de muitos amigos. Uma vez cheguei ao cemitério São João Batista e o funcionário veio com essa: “Seu Ziraldo, o senhor está enterrando é gente, viu”? Todos os meus amigos que fizeram 80 anos antes de mim não chegaram aos 90. Acho que o único que está chegando é o Lan (caricaturista italiano, de 89 anos, radicado no Brasil). Millôr (Fernandes 1923-2012) ficou para trás, Chico Anysio (1931-2012), Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), todos já foram. É difícil atravessar essa década, de 80 para 90. E o que vou fazer na vida com 90 anos? Somente ver a descendência se arrumando. Fora isso, é uma chatice. Agora, estou com disposição de cão. Mas não sei se com 90 anos terei essa mesma disposição. 
ISTOÉ - A morte o assusta? 
ZIRALDO - Não. Depois que a minha mulher morreu (Vilma Gontijo Alves Pinto, de infarto, em 2000. Hoje é casado com Márcia, sua prima), perdi completamente o medo de morrer. Nem questionar filosoficamente a morte me ocorre. Não acredito que algum ser humano tenha feito planos para viver até os 80 anos. ISTOÉ - O sr. fez planos para viver até que idade? 
ZIRALDO - Até 68 anos, quando entrava no século XXI: “Quero ficar vivo para ver o ano 2000. Isso me basta”, eu dizia. Esse plano era meu e da minha mulher. Mas ela morreu no final do ano 2000. E eu não tinha projeto nenhum para chegar a 2014. Agora, ficamos chocados com a morte de Eduardo Campos (1965-2014). Foi muito comovente a morte do Eduardo porque ele tinha uma cara de anjo, uma cara pura. Todo mundo que conviveu com ele tinha muito boa referência do jeitão doce e conciliador dele. E ele tinha uma coisa bonita: a família grande, cinco filhos. 
ISTOÉ - O que acha da candidatura Marina Silva à presidente em substituição a Campos (PSB)? 
ZIRALDO - Fiquei muito amigo da Marina quando ela apareceu. Sempre foi muito carinhosa comigo. Eu desejo muitas felicidades à Marina. Ela é um dos grandes nomes da nossa história. 
ISTOÉ - Alterou seu voto em função dela? 
ZIRALDO - Não. Sou muito amigo do Aécio Neves (senador, candidato à Presidência pelo PSDB). Era amigo e sofri muito com a morte do avô dele, o Tancredo Neves (1910-1985). Mas outro dia me perguntaram pela presidenta Dilma. Tenho muita admiração por ela, uma moça que chegou à Presidência da República. Ela não está brincando em serviço. Não há nenhuma acusação em que ela tenha usado mal o dinheiro público ou se metido em jogadas desse tipo. Acho que o governo do Lula (2003-2010) e o da Dilma deixaram de fingir que pensavam no povo e pensaram no povo de verdade. Então, eu gosto dessa coisa da Dilma. Eu amo a Dilma! 
ISTOÉ - Mas o sr. está com Dilma ou com Aécio? 
ZIRALDO - Vamos ver o que vai acontecer. Para mim vai ser divertido: se ganhar a Dilma, está bom. Se ganhar o Aécio, está bom. Estou em uma posição ótima. Tenho acesso aos dois. Voto é secreto. Vou ficar na moita. Já participei demais dessas coisas. Tem 50 anos que eu estou assinando manifesto, fazendo passeata, escondendo amigo nos aparelhos, sendo preso. Agora chega. Fui preso três vezes, passei mais de 100 dias na cadeia. Qualquer coisa que acontecia, mandavam prender a mim e ao (jornalista) Paulo Francis (1930-1997). 
ISTOÉ - A Comissão Nacional da Verdade tem ajudado a elucidar crimes desse passado sombrio? 
ZIRALDO - A luta do povo brasileiro avançou muito, mas não penalizamos devidamente os algozes do Brasil. Os argentinos já prenderam, condenaram e a gente fica com essa generosidade que joga contra. A Comissão da Verdade tinha que ter caráter punitivo.