Grupo Caboclinhos de Dom Modesto |
Apresentação de números de danças na abertura |
O principal objetivo do projeto é a valorização e reconhecimento da sociedade
Esta data comemorativa foi criada em 1943, pelo presidente Getúlio Vargas, através do Decreto-Lei número 5.540. A escolha se deve ao Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, ocorrido em 1940, com presença de autoridades governamentais dos países da América e vários líderes indígenas. Os índios, temerosos, não compareceram aos primeiros dias do evento, só vindo a participar no dia 19 de abril, por isso a comemoração da data.
O primeiro contato entre índios e portugueses, em 1500, foi estranho para ambas as partes. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios e para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando nos pequenos números de índios que temos hoje.
A Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Políticas para a Juventude, em parceria com a Secretaria de Educação de Caratinga realizou ontem uma exposição cultural indígena na Casa Ziraldo de Cultura, com fotos, textos explicativos e apresentação do grupo dos caboclinhos, formado por crianças a partir de 10 anos, coordenados pelo líder Onofre Acácio Rodrigues, que ressalta que o grupo iniciado em 1962, hoje conta com 22 crianças “com a realização de trabalho de dança e resgate cultural”.
A exposição faz parte do calendário de atividades em comemoração ao Dia do Índio (19). Na abertura da exposição, estiveram presentes o prefeito de Caratinga, João Bosco Pessine, o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Políticas para a Juventude, Juarez Gomes de Sá, a secretária de Educação, Maria do Carmo da Silveira, alunos da rede municipal de ensino, e os “caboclinhos” da Escola Municipal Sebastião Clemente Vieira, do distrito de Dom Modesto.
A exposição, organizada em parceria com o Grupo Fossilis e o Nudoc – Núcleo de Documentos Históricos da Unec (Centro Universitário de Caratinga) reuniu fotos, documentos e artefatos indígenas, que ficarão expostos na Casa Ziraldo de Cultura até o dia 29 de abril. Na ocasião, o grupo de “Caboclinhos” de Dom Modesto, realizou uma apresentação para os presentes, demonstrando a “dança da flecha”, uma das tradicionais realizadas pelo grupo folclórico.
Paula Regina Nunes Costa, Chefe da Seção de Igualdade Racial da Secretaria de Cultura, destaca que a prefeitura tem dado muita importância para as ações sociais e culturais no município. Entre elas, o Dia da Consciência Negra, e, agora, o Dia do Índio, além das atividades voltadas para a cultura popular. “Quem quiser prestigiar a exposição, a Casa Ziraldo de Cultura está de portas abertas para recebê-lo”, disse.
Caboclinhos
“Caboclo” significa a mistura de índios com os brancos. Assim, seus filhos são os caboclinhos. A ideia do grupo é preservar passos e danças nativas, além de coreografias que representem os ciclos da vivências indígena, como a caça, a colheita e as batalhas.
Em Caratinga, o grupo folclórico “Caboclinhos” teve sua origem nos anos 60, com o líder João Acácio Rodrigues, reunindo crianças, homens e mulheres da comunidade do bairro Santa Cruz. Hoje, o grupo é liderado por Onofre de Acácio Rodrigues, filho do fundador do grupo, que recebeu o legado do pai. Ao todo são mais de 30 componentes que fazem parte do grupo atual.
Hoje, a partir das 19h, em comemoração ao Dia do Índio, o grupo realiza no coreto da Praça Cesário Alvim, uma apresentação das danças e cantigas, demonstrando parte da cultura do nosso país.
Conheça as tribos que vivem em Minas Gerais
Segundo informações que fazem parte do Conselho Indigenista Missionário, as tribos que vivem em Minas Gerais são os Aranãs, composto por 237 índios, que vivem nos municípios de Coronel Murta e Araçuai, no Vale do Jequitinhonha; os Kaxixós em que parte da população de 480 índios vive numa pequena área de 35 hectares, às margens do rio Pará, nos municípios de Martinho Campos e Pompéu, no Alto São Francisco; Krenaks, em que 160 índios vivem em uma reserva de 4,2 mil hectares, em Resplendor, no Vale do Rio Doce; os Maxacalis com 1,1 mil pessoas, vivem em duas aldeias nos municípios de Bertópolis e Santa Helena de Minas, no Vale do Mucuri, é o único povo indígena em Minas que ainda preserva sua cultura, só se comunicam por meio da língua materna, o maxacanim; Pankararus é formado apenas por cinco famílias, com 25 pessoas, esta tribo ocupa 60 hectares de terra da Diocese de Araçuai, em regime de comodato, no município de Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha; os Pataxós, tribo de 350 índios vivem em uma área de 3,2 mil hectares, em Carmésia, no leste mineiro, os Xacriabás são o maior grupo indígena de Minas, com 7,5 mil pessoas. Sua reserva, com 51,9 mil hectares, está localizada em São João das Missões, município do norte do Estado, onde esta tribo vive há séculos; os Xucuru-Kariri são cerca de 74 índios desta tribo vivendo em uma fazenda no município de Caldas, sul de Minas, e lutam para unficar o povo em uma única reserva.
Extraído do Diário de Caratinga
Edição de hoje
João Acácio, líder do Grupo Caboclinhos de Caratinga reunido com alunos da rede municipal |
Prefeito João Bosco junto com as crianças |
Fotos: Edra |
Adorei as fotos!
ResponderExcluir:)