segunda-feira, 9 de junho de 2014

Jones Carioca Recebe Homenagem Em Exposição Fotográfica na Casa Ziraldo de Cultura


Jones, o segundo agachado da esquerda para direita

CARATINGA – Ganhar um apelido carinhoso concedido pelo ‘baixinho’ Romário é honraria pra poucos. Jones Lopes da Silva, 26 anos, é um desses felizardos. Foi o craque Romário quem lhe deu a alcunha de “Carioca”. Visitando familiares em Caratinga, Jones conversou com a reportagem do Diário de Caratinga. Ele falou de sua trajetória dentro das quatro linhas e recordou o caminho que o levou do Esplanada para a Turquia. 

A entrevista foi feita na Casa Ziraldo de Cultura, onde acontece a exposição “Memórias do Nosso Futebol”. O atacante Jones Carioca olha atentamente cada foto. Depois de alguns minutos, dispara: “Aqui só tem fera. É um belo trabalho esse de resgatar a história do futebol caratinguense”, considera Jones, que estende os elogios ao cartunista Edra, diretor da Casa Ziraldo de Cultura
De sorriso largo, Jones relembra o começo de sua carreira. Ele cresceu nas escolinhas do Esplanada Futebol Clube. Levado pelo treinador Maguila, em 2007 foi tentar a sorte no Bonsucesso, time que disputa o Campeonato Carioca de Futebol. Suas boas atuações chamaram atenção de Romário, que na época gerenciava o departamento de futebol do América Futebol Clube. “O também tetracampeão Bebeto era o treinador do América. Ele pediu dois jogadores do Bonsucesso para disputar o Campeonato Carioca. O Romário gostou do meu futebol e resolveu bancar a minha contratação. Além de me contratar, ele ainda me deu esse apelido. O baixinho alegou que tinha muito ‘mineiro’ no futebol. Mas penso que esse apelido me deu sorte”, diz o jogador de futebol. 
Mesmo tendo incorporado o ‘Carioca’, Jones não se esquece de suas raízes. “Sou de Caratinga e tenho orgulho. Também morei em Água Santa, zona rural de Bom Jesus do Galho. Não me esqueço das origens”, enfatiza. 
A carreira de Jones Carioca teve um salto quando, em 2010, veio para o Cruzeiro, que na época era dirigido pelo técnico Cuca. “Fiquei cerca de três meses no clube de Belo Horizonte, cheguei a jogar uma partida, mas admito que não joguei bem. Então não fui mais aproveitado”, conta o atleta. Jones deixou o Cruzeiro e foi para o Goiás. 
No Campeonato Brasileiro de 2010, o time não foi bem e acabou rebaixado, mas Jones se sobressaiu. Ele conquistou a titularidade, mas uma contusão fez com que encerrasse a temporada mais cedo. Neste ano, Jones disputou sua primeira competição internacional, a Copa Sul-americana. O Goiás foi o vice-campeão. Devido à contusão, ele não jogou a fase final, mas teve a honra de enfrentar o Peñarol, um dos times mais tradicionais das Américas. 
Após a passagem pelo Goiás, o atleta foi contratado pelo Bahia, onde ficou por quase duas temporadas. “Foi maravilhoso. Gostei muito do jogar pelo Bahia. O time tem uma torcida apaixonada que nos motiva. Posso dizer que tenho um grande carinho pelo clube. Se o Bahia está jogando, paro pra ver e torço pela equipe”, confessa o jogador.
O que Jones teve de satisfação em defender o Bahia, ele teve de desgosto ao jogar pelo Náutico. “Isso foi em 2013. Foi complicado demais. Os salários atrasaram e o presidente do clube chegou a nos ameaçar, dizendo que só pagaria se a gente ganhasse as partidas. Por atitudes assim que o Náutico foi rebaixado. Lembro que o jogador Martinez era o nosso líder e pagou um preço alto por cobrar nossos direitos”, recorda Jones Carioca. Conforme o jogador, os salários do Náutico continuam pendentes até hoje. 
TURQUIA - No início de 2014 Jones estava sem clube. No dia 1º de janeiro o seu telefone tocou, era um empresário querendo saber se o jogador teria disponibilidade de se transferir para a Turquia. “Nem acreditei. Todo jogador sonha em jogar no exterior. No dia 6 de janeiro fiz minhas malas e fui jogar no Karabükspor”. Os torcedores turcos tem verdadeira paixão pelo futebol brasileiro. O goleiro Taffarel é um dos ídolos do Galatasaray, enquanto o meia Alex é a estrela maior da história do Fenerbahce, os dois clubes mais tradicionais do país. “As pessoas não imaginam como Alex é idolatrado na Turquia. Até mesmo os torcedores adversários admiram o seu futebol”, atesta o jogador. 
Neste ano, Jones entrou em campo 16 vezes pelo Karabükspor, sendo titular em seis jogos, entre eles um jogo contra o Galatasaray que terminou empatado. “O futebol turco é muito diferente do futebol brasileiro, isso começa desde o treinamento. Não temos tempo pra pensar dentro de campo. É receber e tocar. A marcação é muito forte, sem falar do frio. Então a adaptação é considerada difícil”, descreve Jones Carioca. Jones avalia que estes cinco meses na Turquia foram bons. O time ficou em sétimo lugar e quase conseguiu uma vaga para a UEFA League. “Fizemos uma boa temporada. Claro que competir Galatasaray e Fenerbahce é complicado, apenas o Besiktas ameaça essa hegemonia. É igual na Espanha, onde Real Madrid e Barcelona dominam. Mesmo assim gostei e espero ter o contrato renovado”, anseia o atleta. 
A conversa com Jones não poderia deixar de abordar a Copa do Mundo. Ele entende as manifestações, mas pede apoio a seleção brasileira. “No papel temos o melhor time. Acredito que Neymar e Fred vão arrebentar nessa Copa. Espero o Brasil campeão, se ganharmos a final da Argentina, melhor ainda”, brinca Jones Carioca. Ao término da entrevista, Jones diz o que espera de sua carreira. “Quero ganhar títulos assim como ganhou Marcelo Alves (campeão brasileiro em 1995 pelo Botafogo)”, finalizou Jones Carioca, mostrando com seu jeito quietinho que continua mais mineiro do que nunca.

O craque Jones com Edra, Diretor da Casa Ziraldo de Cultura

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